segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


A princesa e o sapo


Acordei hoje, segunda feira, e já recebo o convite de supetão: Vamos ver " Vamos ver 'A princesa e o sapo'?. Eu não tinha muita coisa para fazer hoje e acabei aceitando, mesmo correndo o risco de sair chorando de ódio da sala de cinema. Fui com João, que apesar de algumas preferências ele entende um pouco de cinema.
Não me preocupei muito com os mantimentos na hora do filme, afinal, tinha acabado de almoçar. Só comi um bombom e tomei uma garrafa de água inteirinha. E apesar dos trailers: Xuxa, Avatar e O fada dos dentes, o filme conseguiu manter aquela linha clássica de contos de fadas, que só a Disney sabe fazer.
É um história engraçadinha e com personagens engraçadinhos que conseguem tirar de você algumas risadas. Principalmente quando a louca da Charlotte entra em cena, não tem como não rir com o ânimo daquela menina que sonha em encontrar seu príncipe e seu final feliz. Fora a Charlotte, temos um crocodilo que toca Jazz e um vaga lume apaixonado por uma estrela. Não tem como ser um filme sem graça, não mesmo.
Sempre achei meio nojenta essa história de princesa beijar sapos e até que acabei gostando da solução inteligente que eles deram para a história. Uma menina que não é uma princesa, se beija um sapo, vira sapa também oras, nada mais lógico. Afinal só princesas tem o poder de transformar os sapos em príncipes.
A princesa é linda e o príncipe também, diga-se de passagem. E o melhor de tudo é que o príncipe existe desde o início do filme, não é como aqueles príncipes antigos que aparecem nas histórias como se tivessem caído de para quedas por ali, e aproveitaram para fazer uma visitinha a uma princesa solitária.
As músicas não me deixaram tão animados como as músicas de "A pequena sereia", mas quem sabe quando eu assistir em inglês acabe gostando? Apesar das músicas e dos adolescentes inquietos e desrespeitosos atrás de mim, o filme correu super bem, sem fazer grandes tropeços. Talvez tenha tropeçado ali pelo fim, na escolha do final, só que nada muito significativo.
É importante avisar a vocês uma coisinha: Comecem a contar os dias para que algum pastor apareça dizendo coisas absurdas do filme e de suas mensagens subliminares, como eles adoram fazer. Acho que eles não tem muita coisa na vida para fazer além de roubar dinheiro dos outros e acabam achando bacana atacar produções de qualidade, quando eles não produzem nada...Pois é, dá pena. Mas o que eles dirão será: É um absurdo uma mulher que faz Vodu executar uma cerimônia de casamento, e ainda vão atacar a pobre Charlotte de pedofilia por insinuar que esperaria o pequeno príncipe de seis anos crescer, para se casar com ele. Podem apostar, os pastores vem aí.
No fim acabei achando estranho, muito estranho, já que saí do filme pensando se para encontrar o meu príncipe encantado eu preciso beijar alguns sapos...Talvez, quem sabe?

domingo, 13 de dezembro de 2009



Tinha que ser você


Voltando do meu centro que fica do outro lado da cidade, encontro em frente ao lap top, Mariana e dona Georgina, loucas para encontrarem um horário bom de filme já que elas não tinham nada para fazer. Eu iria ficar cuidando da mala mais nova enquanto as duas iam se divertir. Pensei um pouco e sugeri que alugassêmos um filme, já que os horários estavam muito em cima da hora.
Estávamos todos sem saco e com muito calor naquele dia, então decidimos pegar algo com um título bobo, com uma história boba e com uma capa mais boba ainda. Pegamos então "Tinha que ser você". Segundo Mariana, é um filme de uma história de amor que só acontece na telinha. Mas mesmo assim alugamos.
Comi um quiche de queijo, um pão com provolone e uma taça de sorvete para aguentar o filme, e descobri lá pelo meio, que Dustin Hoffman consegue ser muito bom mesmo em romances bobinhos.
Sim, o filme era bobinho, mas é aquele tipo de filme que te faz suspirar no final e dizer "Que lindo gente!". É fofo, é agradável. Trabalha super bem a questão do pai ausente que deseja uma segunda chance com a família e com o coração. Sim, é uma frase idiota essa última, mas é o que eu achei para traduzir o filme.
Emma Thompson vive uma mulher neurótica com uma mãe mais neurótica ainda, e que, da mesma forma que o personagem de Dustin, ela esta sozinha.
No mesmo momento em que Dustin passa vergonha e se sente deslocado no jantar de casamento de sua filha, Emma também se sente deslocada no seu encontro arranjado.
Depois da cena do táxi, do momento em que ele começa a caçá-la pela cidade esquecendo o seu trabalho para sempre, eu acabei amando o filme.
Como eu já disse, o filme é bobo, com uma história boba. Mas os atores fazem você se encantar com toda aquela bobeira, e você acaba acreditando, na última cena, que você também pode encontrar o amor da sua vida de uma hora para a outra. É...eu desliguei e televisão pensando que realmente, "Tinha que ser você".

Do começo ao fim

Depois de conhecer a maravilhosa Zupi e comer uma torta com geleia de amoras eu só pensava no que o filme poderia fazer para superar esse meio de tarde delicioso. Mas eu não sei bem "porcardique" eu ando me enganando tanto.
Fui com a minha mais fiel companheira de filmes, dona Georgina, e compramos um ingresso para o filme do Almodôvar para marotamente entrar na sala proibida para menores de "Do começo ao fim". Eu e dona Georgina nos perguntamos até hoje: O que nos fez não assistir o filme do Almodôvar?
Do começo ao fim ou do fim ao começo, tanto faz, o que importa é que o filme de trás para frente é a mesma coisa de frente para trás. É um clima estranho aonde o mundo é perfeito, o amor é perfeito e nada atinge os dois irmãos milhonários. Todos aceitam muito bem o relacionamento entre os dois, a mãe morre, o pai é uma mosca morta e mesmo distantes eles se amam loucamente naquele mundo cor de rosa.
Cheguei a comentar com Georgina que o filme era como um conto de fadas depois do "felizes para sempre". Depois da desgraça toda sabe? Quando a princesa vai pro castelo e fica rica, linda e poderosa entende? Foi justo isso. Os irmãos se amam, vivem em uma mansão isolada, todos aceitam os dois, não há relações com o mundo externo, e a única vez que um deles tenta se relacionar com "o mundo de fora", acaba dando errado.
Se fosse só esse clima estranho e essa história de amor que extrapola o nível de fantasia das normais, eu até acharia...fofo. Mas aí entra a parte dos cortes, que são feitos sem mais nem menos e acabam fazendo do filme, um trabalho de corte e colagem, coisa do tipo: "Peguei vídeos no YouTube e pus um atrás do outro". Quem não acredita em mim faça o seguinte: Veja todos os vídeos sobre o filme no YouTube em uma ordem qualquer, e depois se atreva a assistir o filme nos cinemas, a diferença é nenhuma, acredite.
Não vou nem comentar sobre a atuação dos protagonistas porque não tem como comentar sobre aquilo. As vezes eles são ótimos, outras vezes eles, como atores, são ótimos padeiros.
Fui ao cinema pensando que fosse ficar desconfortável com o tema perturbador, mas o que me deixou mal foi o trabalho desses atores, infelizmente.
Apesar de todos esses pesares, é um filme corajoso e pela coragem, eu dou ao filme três pontinhos; porque três é um número místico, e só misticismo, fantasia e ilusão combinam com essa história.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009



Julie & Julia

Comida, amor, sonhos e diversão. Acho que foi essa maravilhosa combinação cinematrográfica que me fez voltar a escrever por aqui. Talvez seja pelo fato de todos esses quatro ingredientes estarem presentes em minha vida no momento, e, vendo o filme, acabei percebendo que precisava falar deles.
O título, o trailer e principalmente a história me faziam pensar em uma única coisa:"água com açúcar". Mas como eu ando tendo o costume de me enganar, acabei percebendo que o filme não é feito só de água com açúcar, mas, com manteiga, framboesa e outros ingredientes maravilhosos.
Quando penso que duas histórias se encontraram e mudaram a vida de uma das pessoas envolvidas, sempre me lembro dos terríveis livros de auto ajuda. Mas o filme não tinha a pretensão de mudar a vida de ninguém, até porque a mudança toda aconteceu na cabeça da pequena Julie, ela estava se divertindo e sem querer acabou descobrindo para que servia nessa vida.
Todo o deslumbramento e instinto sonhador de Julie me deixou um pouco espantado e até mesmo cansado lá pelo meio do filme. Ainda bem que ela consegue se arrumar lá pelas tantas e consertar os pequenos erros com a ajuda da comida, da cozinha, do marido e de sua Julia imaginária.
Por um momento pensei que as duas fossem completamente diferentes, se tratando de personalidade, mas depois percebi que uma era tão determinada quanto a outra e a outra tão deslumbrada quanto a uma.
A história de Julia segue bem, mas não com toda a emoção da história da pobre Julie. Que vive naquelas cenas clichés aonde suas amigas mostram todo o seu poder fazendo a pobrezinha se sentir menor do que já é.
Talvez a diferença entre as duas seja apenas a imaturidade de Julie comparada a todo o poder e determinação de Julia. E acho que as duas atrizes se encaixaram super bem nesses papéis, não só porque sabem atuar, mas porque realmente os perfis combinam muito.
Quando entrei na sala de cinema entrei com uma barra de chocolate, pensando que o filme seria aquela orgia de comida que é "Chocolate", e se fosse eu precisaria de algo para aguentar até o fim, afinal, também sou um amante da mesa farta. Só que mais uma vez o filme me pegou de surpresa, e conseguiu mostrar toda a beleza e mistério da cozinha sem deixar as pessoas cortando os pulsos e se revirando nas poltronas, como fiquei em "Como água para chocolate".
Pela primeira vez não reclamei de um filme aonde alguns microfones surgem e a pronúncia do francês seja ruim. Confesso que me enganei e não esperava nada da pequena produção, mesmo tendo a grandiosa Meryl no elenco. Mas como diz Julia: "Não se desculpem."
Não sou de recomendar filmes recentes porque eu ando com uma triste mania de não ver graça nos materiais de hoje, mas tenho que dizer que esse filme é quase indispensável(principalmente porque nele vemos que alguns escritores de livros de receita cismam em não testar suas experiências na cozinha, e assim deixam todos super estressados na cozinha tentando preparar algo que nunca dará certo). Acho que é realmente algo doce, alegre, e lembra muito a felicidade de um jantar em família. Portanto, bon appétit

sábado, 28 de novembro de 2009

Viva a nova era