quarta-feira, 28 de abril de 2010

Plágio é só mais uma das formas da inveja. A inveja é só mais uma das formas do homem. Já o homem é só mais uma das formas de dizer que só existem duas coisas infinitas: O universo e a estupidez de Deus.

sábado, 24 de abril de 2010

E ali o sangue grosso de Ivone se misturava com a tinta preta de sua pena. As palavras morreram junto com ela.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mais um clichê



Lá pelos meus dez anos foi quando eu ouvi a palavra "amor". Não sei bem porque mas eu sempre ouvia essa palvra com um toque de medo ou de descrença na voz das pessoas, as vezes parecia coisa proibída, "coisa de adulto". Dona Candinha chegava a se benzer quando mamãe e ela falavam do amor que tinha na casa da Celeste e do marido dela. Diziam ser coisa do demônio aquele "fogo" todo. Eu sei que nessa brincadeira o amor virou falta de respeito, abuso, "coisa do coisa ruim", segredo e muitas outras coisas que além de proibídas eram perigosas.
Fiquei sem saber como era esse tal de amor, se tinha alguma forma, alguma temperatura, algum gosto. Seria gostoso? Seria amargo? Não conseguia entender nada. Do amor eu só conhecia o que eu desconhecia dele e isso me deixava inquieta, não durmia, não chorava, não ia nem ajudar minha mãe.
Tratei de investigar e comecei um jogo de "jogar verde pra colher maduro" com as pessoas que eu conhecia, só pra conseguir mais uma informaçãozinha sobre esse tal de amor. Sei que em um dado momento minhas investigações tiveram de parar porque foi aí que apareceu o Robertinho.
Robertinho jogou fora meus materiais e arquivos de pesquisa sobre o amor, ocupou o tempo que a investigação ocupava, me fez esquecer desse tal amor e começar a investigar a vida dele. Larguei dessa mania de procurar amores e fui começar a descobrir coisas do Robertinho. O meu interesse pela temperatura dele, a forma dele e o gosto dele tomaram o lugar das questões sobre as paixões que pertubavam a minha vida.
Faço o jogo de "jogar verde pra colher maduro" com Robertinho até hoje, sou detetive do interior dele, gosto disso. E hoje, lembrando dessa minha busca pelo amor, eu penso que talvez eu nunca vá achar o tal gosto do amor. E talvez eu nem deva achar.

Incapacidade




Até hoje me pergunto sobre a existência deste blog. Nunca dei pra essas coisa de escrever, costurar textos e emendar palavras é com dona Georgina, é coisa de Guimarães, é coisa pros grandes; não sei fazer isso. Sou incapaz de escrever algo que seja pelo menos bom. E pensando na minha incapacidade de fazer as coisas resolvi escrever sobre elas para ver se elas se tocam e melhoram, se simplesmente alguém surge pra me ajudar ou se elas ficarão mais confortáveis: Não sei escrever.Não sei ler muito bem.Não sei estudar direito.Não posso ver a fome.Não posso aguentar injustiças.Não posso ficar parado.Não consigo fugir de confusão.Não consigo deixar de me rebaixar.Não consigo parar de sofrer.Sou incapaz de viver sem amar.Sou incapaz de viver sem amor.Sou incapaz de ficar sem a arte.E talvez isso um dia me mate.