terça-feira, 31 de agosto de 2010

Se todos fossem iguais a você

Foi
Minha
Vida, sem
Caminho
De paz, de amor.
Só abriu os braços
Para cair no seu mar

Morte em uma caixinha de vidro

Aí, na caixa de vidro, ela começou a gritar:
Caralho! Para de fingir ser o que você já é para ele. Mas que droga. Minta para você, por você, ele não te da nada em troca não percebe? É tudo de graça...
Aí eu fiquei sem ação com a meia verdade que ela dizia...Não queria aceitar que eu me montava, adestrava e me construía para ele de graça. Não queria ver que no fim era um jogo meu com alguns mins. Foi então que ela virou para esses mins e disse:
BANDO DE IDIOTAS! Não percebem que o fazem sofrer? Não percebem que ele não é amado e nunca poderá ter o menino nos braços? Partam já daqui e levem tudo o que trouxeram. Camilo nasceu sozinho, sem mins e companhia. Vai morrer sozinho, sem vocês, sem ele, sem mim.
Aí eu fiquei sem graça, mas por ela do que pela vexame na caixinha. Ela ficou falando da morte assim, sem nenhum pudor...falou sem vergonha...Não sei ainda se eu morri, não me contaram essa parte da história, mas também não quero aceitar que sou cafona por não aceitar morrer sem ele.

sábado, 28 de agosto de 2010

"Sem lenço sem documento..."

Na ausência de Deus





Sábado sempre foi assim: Julie London e incertezas cibernéticas para esquecer e lembrar da ausência dele. De uma página para outra o nome dele sempre surge. Com quem está? Com quem será? Simples perguntas idiotas que não faziam parte da minha realidade. Perguntas idiotas...
Fico sozinho brigando comigo mesmo, evitando mensagens e correr atrás. Não posso forçar a entrada de algo que não me quer muito por perto.
Para me consolar e lembrar mais dos momentos felizes eu começo a pesquisar os preços dos próximos presentes: The Cure? O livro de terror clássico? Fico com os dois. E nesse momento vozes sussurram de levinho dizendo que não sou de fazer isso, que nunca fiz isso, que presente é coisa de idiotas. Sou idiota. Dou presentes...a ele.
Sábado é sempre sozinho sem ele, sem mãe, sem ele, sem filme, sem ele, sem Deus. Deus sempre tira folga no sexto dia. Ao menos dizem por aí: Antes só, que mal acompanhado.

sábado, 14 de agosto de 2010

E nós ficamos por alí dançando. Explorando os cantos secretos da mata abertamente fechada para nós. Só queríamos fugir daqueles olhares que nos arrastavam para longe. Queríamos nos prender dentro de nós mesmos.
Ao redor, tudo dormiu e foi aí, que eu percebi, que o mato nos admirava. Eu não consegui sorrir de boca, mas sorri de dentro para o carinho das árvores. Afinal, são poucos que param o que fazem para aclamar um falso amor fingido. Principalmente esse, que ele insiste em me dar todos os dias.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cheguei a conclusão de que viver como eu decidi viver pode ser mais fácil que muita coisa. É divertido, cruel, prático, alegre e corrosivo. Só tem graça pra mim e comigo. Me travar por causa de adjetivos que não estão nessa lista atrasa a jogada.
Melhor morrer sendo agora, do que viver sem ser.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Saudar a saudade.

A pior saudade é aquela dos tempos em que não vivemos. Sentir aquela coisinha revirar dentro da gente com imagens que não são nossas, com emoções que não vivemos. Uma realidade fingida que é mais dolorida por não ser feita do real convencional.
Queria ser de muitas vidas e de muitos passados. As vezes, sempre as vezes, o real que eu vivo não consegue suprir as saudades que eu carrego no peito.
Queria ser um Croquette. Já pensei em ser amigo de Chanel. Quis, um dia, nascer ao lado de Van Gogh. Não para saber como era a época e nem para conhecer as personalidades de lá. Mas só para saber o que os meus sentires de hoje sentiriam naquele momento. Se o meu viver suportaria guardar todas as lembranças que o mundo guarda. Se eu conseguiria me desafiar e me desprender um pouco de mim. Para ver se sendo menos eu, ainda existiria vida.