terça-feira, 31 de agosto de 2010

Morte em uma caixinha de vidro

Aí, na caixa de vidro, ela começou a gritar:
Caralho! Para de fingir ser o que você já é para ele. Mas que droga. Minta para você, por você, ele não te da nada em troca não percebe? É tudo de graça...
Aí eu fiquei sem ação com a meia verdade que ela dizia...Não queria aceitar que eu me montava, adestrava e me construía para ele de graça. Não queria ver que no fim era um jogo meu com alguns mins. Foi então que ela virou para esses mins e disse:
BANDO DE IDIOTAS! Não percebem que o fazem sofrer? Não percebem que ele não é amado e nunca poderá ter o menino nos braços? Partam já daqui e levem tudo o que trouxeram. Camilo nasceu sozinho, sem mins e companhia. Vai morrer sozinho, sem vocês, sem ele, sem mim.
Aí eu fiquei sem graça, mas por ela do que pela vexame na caixinha. Ela ficou falando da morte assim, sem nenhum pudor...falou sem vergonha...Não sei ainda se eu morri, não me contaram essa parte da história, mas também não quero aceitar que sou cafona por não aceitar morrer sem ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário