Mas aí ele parou de me beijar e resolveu me abraçar. Abraçou um abraço gostoso que criou em mim uma felicidade assustada. Só consegui interromper o silêncio barulhento do momento com uma pequenina frase: "Puxa...como é bom!"; ele se riu mas não conseguiu deixar de me abraçar, alguma coisa tava prendendo ele alí.
De frente pra ele e de costas pra árvore eu comecei a perceber que o perfume do mato tava indo embora pra deixar o perfume dele chegar. E chegou. O perfume chegou de mansinho e foi ficando ali, como quem quer espiar duas pessoas se amando escondido. Mais uma vez eu interrompi o silêncio pra comentar. Ele disse que o perfume era Avon. Eu ri um pouco com o não entendimento dele. Eu não queria falar desse perfume que se compra em vidro eu queria falar daquele que vem com a gente, aquele cheiro de homem vivo, cheiro de vida boa, carente e feliz. Só que não consegui corrigir o menino, prefiria voltar pro silêncio do cheiro e pro barulho do abraço.
Ficamos alí por alguns muitos pequenos momentos, foi então que eu percebi que naquele instante, o resto do mundo já não mais existia.
Millo. Muito, muito fofo. Só.
ResponderExcluirSe cuida, querido.