segunda-feira, 7 de dezembro de 2009



Julie & Julia

Comida, amor, sonhos e diversão. Acho que foi essa maravilhosa combinação cinematrográfica que me fez voltar a escrever por aqui. Talvez seja pelo fato de todos esses quatro ingredientes estarem presentes em minha vida no momento, e, vendo o filme, acabei percebendo que precisava falar deles.
O título, o trailer e principalmente a história me faziam pensar em uma única coisa:"água com açúcar". Mas como eu ando tendo o costume de me enganar, acabei percebendo que o filme não é feito só de água com açúcar, mas, com manteiga, framboesa e outros ingredientes maravilhosos.
Quando penso que duas histórias se encontraram e mudaram a vida de uma das pessoas envolvidas, sempre me lembro dos terríveis livros de auto ajuda. Mas o filme não tinha a pretensão de mudar a vida de ninguém, até porque a mudança toda aconteceu na cabeça da pequena Julie, ela estava se divertindo e sem querer acabou descobrindo para que servia nessa vida.
Todo o deslumbramento e instinto sonhador de Julie me deixou um pouco espantado e até mesmo cansado lá pelo meio do filme. Ainda bem que ela consegue se arrumar lá pelas tantas e consertar os pequenos erros com a ajuda da comida, da cozinha, do marido e de sua Julia imaginária.
Por um momento pensei que as duas fossem completamente diferentes, se tratando de personalidade, mas depois percebi que uma era tão determinada quanto a outra e a outra tão deslumbrada quanto a uma.
A história de Julia segue bem, mas não com toda a emoção da história da pobre Julie. Que vive naquelas cenas clichés aonde suas amigas mostram todo o seu poder fazendo a pobrezinha se sentir menor do que já é.
Talvez a diferença entre as duas seja apenas a imaturidade de Julie comparada a todo o poder e determinação de Julia. E acho que as duas atrizes se encaixaram super bem nesses papéis, não só porque sabem atuar, mas porque realmente os perfis combinam muito.
Quando entrei na sala de cinema entrei com uma barra de chocolate, pensando que o filme seria aquela orgia de comida que é "Chocolate", e se fosse eu precisaria de algo para aguentar até o fim, afinal, também sou um amante da mesa farta. Só que mais uma vez o filme me pegou de surpresa, e conseguiu mostrar toda a beleza e mistério da cozinha sem deixar as pessoas cortando os pulsos e se revirando nas poltronas, como fiquei em "Como água para chocolate".
Pela primeira vez não reclamei de um filme aonde alguns microfones surgem e a pronúncia do francês seja ruim. Confesso que me enganei e não esperava nada da pequena produção, mesmo tendo a grandiosa Meryl no elenco. Mas como diz Julia: "Não se desculpem."
Não sou de recomendar filmes recentes porque eu ando com uma triste mania de não ver graça nos materiais de hoje, mas tenho que dizer que esse filme é quase indispensável(principalmente porque nele vemos que alguns escritores de livros de receita cismam em não testar suas experiências na cozinha, e assim deixam todos super estressados na cozinha tentando preparar algo que nunca dará certo). Acho que é realmente algo doce, alegre, e lembra muito a felicidade de um jantar em família. Portanto, bon appétit

4 comentários:

  1. E me diz uma coisa: é verdade que além da deliciosa barra de chocolate que te acompanhou no cinema vc foi com uma menina(crise da quase meia idade...rs) super simpatica e muuuuuito agradavel? hahahaaha...
    Boa critica, irmão! Continue escrevendo...

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  2. Não não. Era uma senhora chata, neurótica e resmungona *-*

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  3. Meu lindo, adorei a crítica, agora vou ver o filme.

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