segunda-feira, 24 de maio de 2010

Cantares que vem do passado



Eu tava por ali mais uma vez sem saber como agir. É que sempre foi assim com agente: Ele avançava um pouco, eu cedia, ele voltava, eu me entristecia. Acho que esse sistema infinito sempre me deixou cansado e por isso que eu sempre, em algum momento, resolvia avançar aquele limite que ele me apresentava.
Não reclamo, mas de forma alguma, de ter que tomar certas atitudes, de ter que cuidar, me importar, perguntar e tentar resolver algumas coisas entre nós. Acontece que hoje percebo que isso foi me deixando mais fraquinho, quase doente. É que o amor "faz eu pensar em você e esquecer de mim". Esse esquecer-de-mim-para-lembra-de-você foi fazendo que eu ignorasse meus problemas para tentar resolver os dele. Tomar as dores do outro sempre foi o meu forte. Os problemas que eu cismava em ignorar uma hora iriam surgir, mesmo que eu ignorasse por trinta anos. Apareceram.
As dificuldades que eu guardei na caixinha um tempo atrás voltaram junto com a sombra do passado dele. Aquele passado que chama você pra voltar, aquele que não foi resolvido e te come por dentro, aquele que estava meio inquieto esperando para ser esquecido. O passado dele veio com força, e a confusão que a cegueira das sombras do passado causaram, deixaram ele confuso quanto ao seu presente e o seu futuro.
As cartas um dia me disseram que eu terei felicidade se esquecer algumas dificuldades. Não sei de que dificuldades elas falam. Podem ser as pedras que estão no meu caminho até ele, talvez sejam as dificuldades de ter a atenção dele. Não importa que dificuldade seja, não importa se isso se tornará uma verdade. Importa agora o fato de que eu, mesmo fraquinho e doente, vou enfrentar essas dificuldades inúteis.
Vou enfrentar as dificuldades por não ter outra coisa melhor para fazer. Vou enfrentar meus problemas por precisar saber, no futuro, que eu tentei agora. Mesmo que eu seja alvo de piadas ou nojo, mais logo a frente, eu não irei me arrepender dessa decisão de agora. Tenho certeza.
Pode ser que lá pelas tantas eu não suporte mais sustentar os meus defeitos e a preocupação com os problemas dele. Talvez eu morra tentando. Talvez eu morra amanhã. Mas é melhor morrer no jogo, fazendo papel de burro, do que recusar as cartas sem nem tentar um 21.

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